sábado, 20 de fevereiro de 2010

Sinal dos tempos

Ontem recebi este e-mail de um amigo dos tempos em que eu cantava e tocava violão nos "barzinhos" e casas noturnas do circuito Vila Isabel/Tijuca, Giberto Ferreira.
Fiquei tão feliz e emocionado que consegui sua autorização para publicá-lo aqui, na íntegra, mas não poderia fazer isso sem o meu público agradecimento a ele.
Valeu Gilberto.


Querido Mombaça,

Mais uma vez agradeço sua gentileza em me proporcionar momentos intensos como este de agora. Como fã incondicional sou suspeito pra comentar sua musicalidade. Sua letras, suas melodias, seu jeito diferenciado de compor e cantar de uma maneira simples e singular colocam vc a cada dia num patamar maior que tenho certeza te levará ao merecido reconhecimento e ao topo da MPB.

Cada vez que vejo vc num palco, lembro-me do dia em que te conheci, apresentado por um amigo tb cantor chamado Antonio Viana. Fomos a um show numa antiga casa noturna chamada Porão 80, na rua Conde de Bonfim, na tijuca, onde no intervalo da apresentação do cantor da noite que não sei o nome, após a canja do "Viana" foi sua vez. O inesperado é que a plateia não deixou o cantor voltar. Lembro tb que o tal cantor ao voltar pro palco disse: Se a plateia pede, Mombaça contuina..."vc tomou conta do palco e cantou o resto da noite. A plateia delirou... Acho que ali eu passei a conhecer seu talento. Isso se não me falha a memoria foi nos anos 85/86.

Vc ainda vai crescer muito, amigo! Com esse seu jeito simples e sua musicalidade vc chega la!
Ainda espero ver uma parceria com Djavan, Vercilo, Vander Lee entre outros, quem sabe um dueto?
Apesar do estilo diferenciado, acho que vc tem uma visão totalmente eclética de ritmos que com seu romantismo e talento levam sem dúvidas a um resultado altamente gratificante.

Outra coisa: Ja imaginou a musica "Chega na voz de Ana Carolina?
Pense nisso....

Parabéns pelas novas parcerias e lindas musicas.

E mais uma vez, obrigado pelo presente!
Abraços
Gilberto

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Confira letra de "Baile no asfalto" (compaosição: Sandra de Sá / Mombaça)

Baile no asfalto
Mombaça e Sandra de Sá

SE A VIDA ANDA
MEIO SEM DIREÇÃO
O PENSAMENTO INDO
NA CONTRAMÃO

O AMOR SEM PARADEIRO
O HUMOR NO PREJUÍZO
PAPO DE CURIMBA
PARADA DE FEITIÇO

DE TODA ESSA DOIDERA
UMA DECISÃO
ME INCLUA FORA DESSA CONCLUSÃO

O SINO DA CAPELA DE SÃO JORGE
BADALA NO TOM
TÁ ROLANDO UM SOM

NA ESQUINA TEM CHURRASCO DE GATO
A GALERA TÁ CELEBRANDO
O BAILE NO ASFALTO

SEU NONÔ DANÇOU DONA JUREMA TAMBEM DANÇA
LENILTON E MATILDE NA PALMA DA MÃO
NO BOTECO DO LAÉRCIO A GUARABU BALANÇA

“Aí eu digo: Tiquito, meu filho
Vamos lá na João Lisboa pegar Dindoca, Lili.
Pegar aquele povo lá
Se não fica um lá e outro cá
E tem que ficar todo mundo juntinho
Porque a vovó já dizia...”

SE A VIDA ANDA
MEIO SEM DIREÇÃO
O PENSAMENTO VINDO
NA CONTRA MÃO

O AMOR SEM PARADEIRO
O HUMOR NO PREJUÍZO
PAPO DE CURIMBA
PARADA DE FEITIÇO

DE TODA ESSA DOIDERA
UMA DECISÃO
SE INCLUA FORA DESSA CONCLUSÃO

E como já dizia o Betinho,
“na casa da vovó tem festa todo dia...”

Seu Jorge grava samba inédito de Sandra de Sá e Mombaça

Fonte: http://extra.globo.com/blogs/vetudo/posts/2010/02/01/sandra-de-sa-lanca-cd-com-musicas-ineditas-261922.asp
Sandra de Sá lança CD com músicas inéditas

Neste ano Sandra de Sá completa 30 anos de anos de carreira e, para comemorar, lança “AfricaNatividade — Cheiro de Brasil”, quase todo de músicas inéditas. E como na vida tudo acontece ao mesmo tempo, a cantora tem se dividido entre o lançamento do CD e os preparativos para o carnaval, em que irá desfilar pela Mangueira, cantar em Recife e puxar o samba da Leandro de Itaquera, do grupo especial de São Paulo. Ufa!

— A gente tem que ir atrás das coisas. Não dá para ficar em casa vendo a vida passar — diz Sandra.

Mas foi graças a um encontro por acaso num shopping que Seu Jorge acabou no CD.

— Nós somos amigos e sempre falávamos de fazer algo junto. Até que um dia a minha produtora estava passeando por um shopping e deu de cara com o Seu Jorge. Ele veio ao estúdio onde eu estava gravando, ouviu tudo e disse que queria participar de “Baile no asfalto”(Mombaça e Sandra de Sá) — conta uma animada Sandra de Sá, com a disposição de quem está apenas começando a carreira.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Emílio Santiago regrava sucesso de Mombaça e Mart'nália

Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2010/02/06/cd-de-emilio-santiago-leva-de-volta-ao-som-de-ed-lincoln-915798435.asp
O Globo
Cultura
CD de Emílio Santiago o leva de volta ao som de Ed Lincoln

Publicada em 07/02/2010 às 09h52m
Antônio Carlos Miguel

Enílio Santiago

Ao mesmo tempo em que inaugura um novo momento na carreira de Emílio Santiago, na estreia de seu selo discográfico, Santiago Music, o CD "Só danço samba" é uma volta no tempo, homenageando aquele que foi seu primeiro empregador na música, Ed Lincoln. Emílio selecionou canções que estavam no repertório dos grupos do organista e procurou reproduzir a sua sonoridade de "sambalanço".

- Foi meu primeiro trabalho profissional, no início dos anos 1970, e também uma grande escola. Pelo grupo de baile de Ed Lincoln passaram alguns dos melhores músicos brasileiros - relembrou o cantor, na semana passada, antes de ser internado com suspeita de diverticulite.
Ouça "Deix'isso pra lá"

Aos 64 anos, ele mostra nesse disco continuar o melhor intérprete masculino de sua geração, com um belo timbre, grande extensão vocal e técnica perfeita. Produzido por José Milton, com direção artística do cantor, "Só danço samba" foi o brinde de fim de ano de um banco e agora ganhará edição comercial.

- Estamos avaliando a melhor opção, se negociaremos com uma gravadora ou faremos um contrato de distribuição - explica o cantor, que, negócios à parte, está empolgado com o resultado artístico. - O estilo de Ed Lincoln foi a base para muito do que fiz depois. E alguns dos músicos que passaram pelos grupos dele também trabalharam em meus discos.

Sucessos da bossa nova em versões mais dançantes

O repertório do tributo alterna material original lançado pelo conjunto de Lincoln - incluindo composições do próprio organista ou de seus cantores e músicos, como Orlandivo, Durval Ferreira e Silvio César - e sucessos da época, também gravados em seus discos, como a faixa-título, "Só danço samba", "Influência do jazz" (Carlos Lyra) e "Samba de verão" (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle).

- Mas acrescentei algumas músicas recentes, que, no meu entender, têm tudo a ver com o estilo e a sonoridade de Ed Lincoln. Foi o caso de "Chega", de Mart'nália e Mombaça - conta Emílio, que, para conseguir o tal toque de Lincoln, cercou-se de músicos como Julinho Teixeira (arranjos, piano e órgão), José Carlos (violão e guitarra), Jorjão Barreto (arranjos e piano), Dirceu Leite (saxofone e flauta), Jamil Joanes (baixo), Paulo Braga (bateria) e Jessé Sadoc (trompete e flugelhorn).

Aos 77 anos, o organista e arranjador Ed Lincoln vive em Teresópolis e sofre com problemas pulmonares e de coluna. Sem condições físicas para um encontro com Santiago, que seria documentado pelo GLOBO, ele preferiu responder a algumas perguntas através de um parceiro, Luiz Paulo Abrahão (coautor de "Deix'isso pra lá", uma de suas canções agora regravada em "Só danço samba").

- Estou muito magro, quase não levanto da cama. Mas gostaria de comentar algo sobre essa homenagem, ainda mais vinda de Emílio Santiago - justificou, por telefone, o músico, que, nos anos 1960, liderou o conjunto de baile mais requisitado do Rio.

Natural de Fortaleza, onde nasceu em 31 de maio de 1932, Eduardo Lincoln Barbosa Sabóia chegou ao Rio em 1951, inicialmente tocando contrabaixo - em sua estreia discográfica, em 1955, ele é o contrabaixista do LP "Uma noite no Plaza", num trio com Luiz Eça (piano) e Paulo Ney (guitarra). Após trocar o baixo pelo piano, encontrou a sua sonoridade e implantou a sua marca como organista, a partir do início dos anos 1960. À frente das gravadoras Musidisc e Savoya Discos, gravou muitos LPs, creditados a ele mesmo ou a conjuntos fictícios como The Lovers e 4 Cadillacs. No estúdio ou em seu grupo de baile, reuniu instrumentistas como Bebeto Castilho, Durval Ferreira, Alex Malheiros, Márcio Montarroyos, Luiz Alves e Wilson das Neves, e cantores como Orlandivo, Silvio Cesar e o então iniciante Emílio Santiago.

- Eu não convidaria a fazer parte do grupo alguém que destoasse musicalmente. Emílio era bem moço, mas o talento e a voz já estavam presentes. Claro que o tempo trouxe aprendizado e experiência, resultando no cantor atual - conta o músico e arranjador, que percebeu no tributo do cantor uma busca pelo estilo "Ed Lincoln". - Fiquei contente, claro! Sem dúvida, é bom ver, depois de tanto tempo, um artista do nível do Emilio, reconhecido pelo bom gosto na escolha de repertório, dedicar um trabalho inteiro ao resgate da nossa sonoridade. Nós tivemos sempre a preocupação de fazer um som que tivesse uma identidade.

Lincoln também comentou a seleção do repertório.

- Foram muitas músicas gravadas, e seria difícil selecionar as que deveriam obrigatoriamente entrar. Acho que ele certamente escolheu as preferidas em um primeiro apanhado. Se ele procurar, acaba fazendo outro disco. O nosso repertório era fruto de diversas parcerias entre nós do conjunto e outros parceiros que conviviam intimamente conosco. O fato é que quando chegava a época de gravar, eu mesmo ficava indeciso para escolher o repertório. Todos compunham e eram parceiros. Inclusive eu.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

ÁfricaNatividade Sandra de Sá estreita os laços com a música africana em seu novo disco

Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2010/02/05/sandra-de-sa-estreita-os-lacos-com-musica-africana-em-seu-novo-disco-915792471.asp

O Globo
ÁfricaNatividade
Sandra de Sá estreita os laços com a música africana em seu novo disco

Plantão | Publicada em 06/02/2010 às 09h46m
Antônio Carlos Miguel

Sandra de Sá lança o disco 'Áfricanatividade' / Divulgação

RIO - Mais um trabalho de Sandra de Sá pautado pelo seu conceito de "música preta brasileira", "ÁfricaNatividade: Cheiro de Brasil" (Universal/Nega Produções) tem resultado irregular, como a própria trajetória da cantora e compositora, que completa em 2010 três décadas de carreira. Mas, em suas 15 faixas, produzidas por Sandra e sua empresária, Adriana Milagres, há bem mais acertos do que erros. E, se em 2002, no álbum "Pare, olhe, escute!", ela foi uma espécie de Sandra de Soul, ao gravar em versões para o português sucessos da gravadora Motown, agora, tendo a África como mote, volta com um perfil mais abrangente e coerente com seu histórico: Sandra de Samba e Soul.

Ouça 'Baile no asfalto', com Sandra de Sá e Seu Jorge:

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Descricao

Leia mais: Sandra de Sá está internada no Rio

Com exceção de "Sina" (Djavan) e "África" (Gil Gerson e César Rossini), o repertório é assinado pela cantora, em algumas faixas retomando a parceria com Macau (autor de um de seus primeiros sucessos, "Olhos coloridos"), em outras com seu parceiro mais frequente na última década, Zé Ricardo. O leque estilístico é grande, passando por samba-canção, samba-funk, balada soul, ecos dos batuques ancestrais e elos com a juju music (o pop africano dos anos 1970), e reafirma que Sandra consegue encontrar uma identidade a partir de tantas referências. Entre os destaques está "Viver pra viver", inspirado samba-canção, parceria de Sandra com Zé Ricardo que é emoldurada pelas intervenções de Rildo Hora na gaita (ou harmônica-realejo). Também deu boa liga o encontro com Seu Jorge em "Baile no asfalto" (Sandra e Mombaça), samba que traz em sua letra uma crônica do subúrbio carioca: "Tá rolando um som/ Na esquina tem um churrasco de gato/ Galera celebrando o baile no asfalto". Outro bom samba-canção de Sandra e Zé Ricardo, "Copacabana" fotografa no século XXI o bairro tão cantado pela MPB: "...linda, gostosa, caliente/ Pura excitante pra mente/ Santa inocência prostituída/ Drogada, humana, cheia de vida/ Apaixonante, apaixonada/(...)/ Seu coração bate/Seu pulso pulsa/ Sua alma vibra/ No coração dos amantes/ Na cabeça dos malucos/ Na coragem dos loucos / Na fraqueza dos machos/ Na ousadia das bibas/ Nortistas, nordestinos, velhos...". Já "Tem alguma coisa errada aí", parceria com Macau, é um samba com andamento funk que revela as possíveis afinidades entre os dois ritmos.

Duas baladas com formato pop têm como interesse as participações de artistas africanos: "Evoluir" (parceria com Renata Arruda), conta com o rapper angolano MC K, enquanto "Fé" apresenta a cantora e compositora cabo-verdiana Ana Firmino. Ambas são canções insossas, mas não derrubam o CD, que tem mais bons antídotos no repertório, incluindo a regravação de "Pé de meia", composição que ela tinha lançado num de seus primeiros discos.

Desde "Demônio colorido", composição que defendeu no Festival MPB 80 e seu cartão de visitas na música brasileira, Sandra tem se pautado por esse sincretismo de ritmos e sotaques musicais. Algo natural para uma neta de cabo-verdiano, cujo pai era baterista e que, desde a adolescência, tanto frequentou bailes de gafieira e rodas de samba quanto festas de música soul no subúrbio de Pilares, no Rio.

Após o sucesso no festival, Sandra manteve esse perfil eclético: gravou com Tim Maia o dueto "Vale tudo"; dividiu shows com o Barão Vermelho, época em que o grupo tinha como cantor o seu amigo Cazuza; gravou "Enredo do meu samba", de Dona Ivone Lara e Jorge Aragão, para abertura de novela da Rede Globo; e emplacou seguidas baladas românticas nas paradas de sucesso, incluindo "Retratos e canções", "Bye, bye tristeza" e "Solidão".

Agora, em "ÁfricaNatividade", Sandra de Sá mostra que tem talento e inspiração para muitas décadas mais de carreira.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

AfricaNatividade - Cheiro de Brasil - Baile no asfalto (Sandra de Sá / Mombaça)

Supersônicas

DNA caboverdiano por parte do avô materno, Manoel Silvestre David, Sandra de Sá celebra 30 anos de carreira no CD AfricaNatividade – Cheiro de Brasil ( U n i v e rsal), que coproduziu. Estimulada pela pesquisa genética da BBC, que calculou seu índice de africanidade, fez um disco autoral com (Mombaça, Zé Ricardo, Macau, Renata Arruda) ou sem parceiros, onde (re)processa o que chama de MPB (Música Preta Brasileira).

A descoberta de seu índice de africanidade (96,8%) foi decisiva para a escolha do tema do disco? Como chegou a esse número? –A africanidade esteve e está na minha vida o tempo todo.

Afinal, a África é muito forte na nossa cultura, junto com as demais influências, como a indígena. Como sempre digo: somos essa rica “mistureba”.

Já na infância, pelas ruas de Pilares, durante ensaios lá em casa com meus familiares, tudo isso já estava ali. Morando no subúrbio, circulando pelos bailes blacks, indo ora às igrejas ora aos terreiros, sempre vivi esta africanidade das mais diversas formas. Esse índice foi resultado da pesquisa genética da BBC, em 2007.

O disco tem mais ÁfricaBrasil do que soul/funk.

Por quê? – Esse disco é mais um passo dentro de mim do que eu tenho como MPB (Música Preta Brasileira). Tem essa mistura altamente brasuca: é soul, é funk, é samba, é rock, é blues, é xote, é Brasil! Tem um pouco do que absorvemos das Áfricas e colocamos do nosso jeito. É mais um passo de esclarecimento. O disco não se fecha em um conceito X ou Y, e sim, quer abrir as mentes, corações, almas...

geral! Que balanço faz destes 30 anos de carreira? A Música Preta Brasileira já conquistou seu merecido espaço? –Nestes quase 30, tenho certeza de que tudo valeu muito à pena, ser como sou. Agora me produzir, expressando toda a minha “observância” e tudo que absorvi aos poucos, vindo à tona. Estou muito feliz! Música Preta é o que o brasileiro faz, de alma, corpo, com muito suingue.

Sempre esteve aí por todos os lados, o que mais falta é a conscientização do que, de fato, já rola e muito. Espaço, ela ocupa sim, falta mesmo é maior percepção

Fonte: http://jbonline.terra.com.br/leiajb/2010/01/29/caderno_b/supersonicas.asp